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Atuação do jornalista em coberturas eleitorais é tema de aula inaugural do curso de Jornalismo

Estudantes e professores receberam, no auditório Rachel de Queiroz, no Benfica, os editores de Política Jéssica Welma, do Sistema Verdes Mares, e Érico Firmo, do jornal O Povo


Por André Lúcio Eloi


A mesa foi composta pela coordenadora do curso, Kamila Fernandes, e pelos jornalistas Jéssica Welma e Érico Firmo / Imagem: Guilherme Siqueira

"A estabilidade emocional de todos é afetada durante uma eleição, mas um jornalista não somente opera em dobro para mantê-la, como também enfrenta a perplexidade resultante da tensão provocada na população". É assim que o jornalista Érico Firmo, editor e colunista de Política do jornal O Povo, avalia o impacto psicológico que campanhas eleitorais provocam nos profissionais responsáveis por cobrir o universo político durante esse período.


A análise foi feita durante a aula inaugural do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), realizada na última sexta-feira (19), no auditório Rachel de Queiroz, no Centro de Humanidades II, no bairro Benfica, em Fortaleza.


Além de Firmo, a mesa foi composta pela jornalista Jéssica Welma, editora de Política do Sistema Verdes Mares (SVM). Ambos são ex-alunos do curso de Jornalismo da UFC.


Em sua fala, a jornalista considerou que, apesar da segmentação, o jornalismo é uníssono quanto à função de conscientização da população.


Jéssica descreve a atuação no âmbito do jornalismo como sendo dotada de responsabilidade social, uma vez que a adequação da linguagem, a documentação de tópicos relevantes e o contato dos meios de comunicação com o espectador brasileiro médio são elementos indispensáveis às competências da transmissão de questões políticas.


Érico Firmo levantou uma série de relatos em torno da condição do jornalista, em especial, em épocas de eleições, desde a perseguição de profissionais da área até o impacto das candidaturas na imprensa.


Em resposta às perguntas da plateia, Jéssica Welma destacou que o repórter, ocasionalmente, sente dificuldade em situar a informação adquirida duranta uma cobertura. Érico Firmo complementou sua declaração, trazendo à tona a influência dos perfis construídos pelos candidatos na circulação de declarações e informações coletadas.


Érico comentou, também, sobre a ineficácia de matérias que abordam assuntos com profundidade no contexto do compartilhamento de conteúdo em redes sociais. Decisões editoriais, para o jornalista, resultam em equívocos e são distorcidas em prol de narrativas polícias fomentadas por nichos eleitorais.


Jéssica evidenciou, ainda, a subserviência das matérias em relação ao interesse do leitor. "Os profissionais precisam pensar no que é valorizado na visão do leitor em equilíbrio ao impacto gerado na sociedade". O título e as informações em destaque de uma matéria precisam, segundo a editora, serem construídos a partir da capacidade de atrair leitores.


"Diante da atmosfera de violência política, não há como olhar para o passado com o objetivo de entender o presente, pois a atual conjuntura é inédita no que tange o universo das discussões políticas em uma malha informacional", reflete a jornalista frente à suposição de alterações no cenário midiático em decorrência dos resultados das eleições.


Em meio à discussão sobre o tipo de conteúdo transmitido a partir dos veículos, Érico afirma que o jornalismo cometeu erros ao dar vazão a discursos que transformam personagens políticos em figuras de entretenimento. Ele atribui esse aspecto ao índice preocupante de falácias que atingem e formam opiniões nos limites do público espectador.


Apresentação dos professores do curso


Antes da fala dos dois palestrantes, os professores subiram ao palco do auditório Rachel de Queiroz para se apresentarem aos novos estudantes do curso.


No decorrer dos discursos, foi ressaltado o fato de o curso de jornalismo da UFC ter sido o primeiro do Ceará.


Os docentes também enfatizaram o atual contexto da sociedade brasileira, relacionando-o às práticas jornalísticas. "O perfil do jornalista requer empatia, tranquilidade e, principalmente, esperança", afirmou a professora Rosane Nunes.


"Quanto mais a informação circula, quanto mais fake news encontram-se no mercado, maior é a importância do jornalista", defendeu o professor Nonato Lima.


*André Lúcio Eloi é estudante do curso de Publicidade e Propaganda da UFC e bolsista do Programa de Educação Tutoral dos cursos de Comunicação da UFC, o PETCom. Edição: Robson Braga


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