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SBPJor 2022 terá apresentações de pesquisas inéditas sobre o perfil e o trabalho do jornalista

Oito artigos sobre o assunto serão apresentados no evento por profissionais e pesquisadores do jornalismo



Capa da publicação da pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro 2021
A pesquisa do Perfil do Jornalista foi coordenada pela UFSC. Imagem: Reprodução


Por Lívia Nogueira

8º semestre do Curso de Jornalismo da UFC


Em 2021, o percentual de jornalistas que cumpriam carga de trabalho superior a 8h diárias chegou a mais de 32% no Brasil. Cerca de 15% da classe afirmou ter sido diagnosticada com transtornos mentais ligados ao trabalho. Além disso, ultrapassava a marca de 36% a quantidade de jornalistas não empregados por CLT ou vinculados a condições precárias de atuação trabalhista.


Estes são alguns dos dados revelados pela pesquisa Perfil do Jornalista Brasileiro 2021, liderada pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho (Lastro/UFSC) e articulada nacionalmente pela Rede de Estudos sobre Trabalho e Profissão (RETIJ), da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor). Corroborado pelos mais de 7 mil respondentes, o estudo certificou o significativo aumento dos índices de precarização do trabalho do jornalista moderno e evidenciou a realidade preocupante sobre a saúde desses profissionais.


Nesta edição da SBPJor em Fortaleza, a RETIJ, entre outras redes de pesquisa vinculadas à associação, apresentará trabalhos desenvolvidos sobre o perfil do jornalista brasileiro, principalmente, a partir desse estudo. Serão oito artigos expostos pela referida rede de estudos, divididos em duas sessões, ambas entre 14h e 18h: a primeira no dia 10/11 (quinta-feira) e a segunda no dia seguinte, 11/11 (sexta-feira). Essas sessões de comunicação acontecem no Campus do Benfica, da UFC. Veja a programação geral do 20º SBPJor aqui.


Esses artigos tratam de temáticas como: as mudanças históricas e tecnológicas que influenciaram no mundo do trabalho e no perfil do jornalista moderno; o profissional atuante fora da mídia e em iniciativas independentes; além de análises sobre esses perfis a partir de categorias de território, raça, gênero e até faixa etária.


O professor do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) Edgard Patrício, integrante da RETIJ e da comissão de desenvolvimento do estudo sobre o perfil do jornalista em 2021, destaca ser de grande importância a produção das pesquisas aprofundadas nesse sentido, a fim de ouvir as demandas dos profissionais da área que atuam dentro e fora do território nacional, compreender categoricamente os desafios enfrentados por eles e abrir espaço para articulações e melhorias na profissão.


“Tem várias naturezas de ganhos em relação à realização dessa pesquisa: a possibilidade de se articular com outros grupos e isso, para qualquer pesquisa acadêmica, é de fundamental importância; essa troca de ideias, esse intercâmbio de experiências entre os grupos; e as publicaçÕes de artigos, que possibilitam a sistematização desses estudos e a disseminação desse conhecimento para muito mais gente”.

Edgard também também participará do evento como um dos autores de artigos derivados da pesquisa.


Entre esses autores, estão Rafael Rodrigues e Naiana Rodrigues, também professores da UFC, que, em conjunto com as pesquisadoras Janaína Visibeli (Uemg) e Ana Flávia Marques (USP), desenvolveram o estudo sobre o perfil do jovem jornalista, já que eles integram a maioria da força de trabalho no meio.


Acerca de informações resultantes dessa pesquisa, Rafael ressalta “o fato desse jovem profissional atuar cada vez mais de forma precarizada, com longas jornadas de trabalho, com muitas demandas dentro das empresas jornalísticas e, ao mesmo tempo, esse jovem profissional depender, cada vez mais, das plataformas digitais para realizar seu trabalho”. Para ele, o estudo pode servir de ambientação para os jornalistas em formação e identificação entre os jovens atuantes na área.


Esse serviço se dá também pela presença de olhares epistemológicos, teóricos e metodológicos diversos, que possibilitam a construção de diálogos e de conhecimentos multifacetados dessas identidades e desses modos de trabalhar dos jornalistas na contemporaneidade, é o que acredita a professora Naiana com relação aos trabalhos vinculados à RETIJ em geral.


Para ela, “quanto mais conhecemos a realidade, mais a gente tem condições de transformá-la”, o que reafirma o objetivo dos estudos a serem apresentados nesta edição.


Confira a seguir a lista de artigos vinculados à RETIJ que serão apresentados na SBPJor 2022:


  • Sessão 1 (quinta-feira, 10/10 de 14h a 18h) - salas na FEAAC

“A complexidade e a potência da big data como fonte para pesquisas sobre trajetórias profissionais de jornalistas: uma reflexão metodológica” - Andressa Kikuti Dancosky

“Mudanças no mundo do trabalho: o perfil dos jornalistas brasileiros fora da mídia” - Mariane Nava, Marluce Evangelista Carvalho Zacariotti e João Augusto Moliani

“Perfil da(o) Jornalista Brasileira(o) - As iniciativas de jornalismo independente e outro jornalismo possível” - Edgard Patrício e Luan Matheus Santana

“Perfil dos Jornalistas na Mídia (2021): Mudanças e Permanências” - Vinícius Augusto Bressan Ferreira e Samuel Lima


  • Sessão 2 (sexta-feira, 11/10 de 14h a 18h) - salas na FEAAC

“Plataformização do trabalho dos jornalistas: uma outra face da precarização” - Janara Nicoletti e Roseli Fígaro

“Mais acesso, poucas oportunidades: o perfil dos jornalistas negros após uma década de pesquisas sobre o mundo do trabalho” - Claudia Nonato e Abinoan Santiago

“O Perfil de jovens jornalistas no Brasil: entre a precarização e a identificação profissional” - Janaina Visibeli Barros, Ana Flávia Marques da Silva, Rafael Rodrigues da Costa e Naiana Rodrigues da Silva

“Perfil do Jornalista Brasileiro 2021: análise de dados dos respondentes que atuam fora do país” - Pedro Aguiar


Sessões coordenadas e coordenadas das redes de pesquisa


Assim como a RETIJ, outras redes de pesquisa são vinculadas à SBPJor e estarão presentes na programação do evento, abordando de formas diversas o tema geral da edição: “Entre crises e (re)construções: a pesquisa em jornalismo 20 anos depois”.


São elas: Rede de Pesquisadores em Telejornalismo (TeleJor), que tratará de combate à desinformação, telejornalismo como campo de conhecimento e crises e reconstruções no setor; Rede de Pesquisas em Radiojornalismo (RadioJor), abordando desafios desse setor e a reconfiguração do jornalismo sonoro; Rede de Pesquisa Aplicada Jornalismo e Tecnologias Digitais (JorTec), que apresentará sobre comunicação digital pós-Covid-19 e ciberjornalismo e redes sociais; Rede de Pesquisa Narrativas Midiáticas Contemporâneas (Renami), que abordará o jornalismo narrativo e sujeitos; e Rede Nacional de Observatórios de Imprensa (Renoi), tratando de liberdade de expressão, desinformação e credibilidade no jornalismo, entre outros temas.


Além dessas, o evento trará as sessões coordenadas independentes, que tratarão de “Jornalismo e suas relações com infâncias e juventudes” e "AcesseJOR - acessibilidade, design e inovação social no jornalismo digital”. Mais informações sobre essas coordenadas podem ser conferidas na programação do evento.


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