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Periferia e identidade são temas de 3º dia da Secom

  • Curso de Jornalismo
  • 13 de nov.
  • 5 min de leitura

[Vozes Ancestrais] 24ª Semana de Comunicação da UFC reuniu, nesta quarta-feira (12), atividades que valorizam ancestralidade e comunicação sensível


Texto: Analice Nobre

Edição: Taís Lustosa e Robson Braga


Estudantes participam de oficina ministrada por jornalista durante 24ª Secom
Estudantes participam de oficina ministrada por jornalista durante 24ª Secom

Pertencendo, sentindo, revivendo e transformando.” A frase da estudante Geovana Lopes, do 4° semestre de Jornalismo, sintetiza bem a essência do terceiro dia da Semana de Comunicação (Secom) da Universidade Federal do Ceará (UFC). O evento, que segue até sexta-feira (14), teve mais um dia de atividades repletas de trocas, reflexões e práticas que reforçam a importância da representatividade e da ancestralidade nas vozes representadas.


A programação desta quarta-feira (12) começou pela manhã no Instituto de Cultura e Arte (ICA), no campus do Pici, e se estendeu até a noite, no Centro de Humanidades II e na Reitoria da UFC, no bairro Benfica. As oficinas, rodas de conversa e o primeiro dia da mostra audiovisual mantiveram o foco na comunicação sensível, na valorização das vivências periféricas e na quebra de narrativas das mídias tradicionais.


Oficinas


O dia teve início às 8h, no ICA, com a oficina “Narrando o Olhar”, ministrada pela comunicadora, modelo, influenciadora digital e primeira locutora de estádio do Ceará, Kalyne Lima, voz oficial da Arena Castelão nos jogos do Ceará Sporting Club.

Durante o encontro, Kalyne compartilhou sua trajetória enquanto jornalista e mulher preta na comunicação esportiva, além de conduzir exercícios práticos de locução com os participantes.


A estudante Agnes Maria Cavalcante, do 3º semestre de Publicidade e Propaganda, destacou que a oficina foi muito proveitosa e reforçou o profissionalismo e a presença inspiradora de Kalyne.



Em paralelo, acontecia a oficina “De olhar sensível ao comunicar sensível: pertencimento como estratégia”, conduzida por Nélida Alexandre, publicitária em formação e CEO do estúdio de criatividade Cosmos. O encontro abordou o posicionamento de marca sob uma perspectiva de pertencimento. Foram analisadas fotografias a partir do diálogo entre teoria e prática. “Foi uma oficina engrandecedora, sem dúvidas”, avaliou o estudante Carlos Eduardo Arruda, do 9º semestre de Publicidade e Propaganda.



Ainda pela manhã, o publicitário e artista Gabriel Souza (GAB) ministrou a oficina “Design Periférico: descentralizando o olhar para inovar”. Atuante nas áreas de marketing de moda e cultura, GAB refletiu sobre suas referências artísticas e conduziu uma prática coletiva de valorização das expressões periféricas. Participantes ressaltaram a importância de trazer a pluralidade das ruas para dentro da universidade.



À tarde, as atividades seguiram no Centro de Humanidades II. Às 14h, a oficina “Passa a bola pra mim: cobertura esportiva” reuniu estudantes no Lab A do prédio de Jornalismo. Os oficineiros Rangel Diniz, estudante de Jornalismo e repórter esportivo do jornal O Povo, e Beatriz Carvalho, jornalista formada pela UFC e autora do livro-reportagem“Passa a bola pra elas: participação feminina na gestão do futebol brasileiro”, compartilharam experiências sobre apuração, cobertura factual e adaptação de conteúdo para diferentes plataformas.


Para Bárbara Verônica, estudante do 2º semestre de Jornalismo, a experiência foi marcante. “Vimos na prática conteúdos que ainda não tivemos em sala, e conhecer o trabalho deles, de jornalistas ativos, foi algo único”, destacou.



Encerrando as oficinas do dia, às 16h, a sala JOR1 foi ocupada pela oficina Design Periférico: criando minha identidade a partir das ruas”, ministrada por Patrick Sousa, designer gráfico, ilustrador e fotógrafo. O oficineiro destacou a arte urbana como ferramenta de expressão e valorização cultural, convidando os estudantes a refletirem sobre questões como “O que é ser periférico para mim?” e “Que coisas fazem de mim quem eu sou?”.


O design não cabe na minha realidade da forma como é ensinado”, afirmou Patrick em um dos momentos mais marcantes. A oficina terminou com os participantes representando suas identidades e periferias por meio de desenhos, colagens e pinturas.


“Foi uma oficina maravilhosa. Vi muitas criações incríveis e foi a primeira vez que trabalhei com colagem. Uma experiência muito única”, considerou a estudante Agnes Maria.



Rodas de Conversa


A roda “Como mudar a construção de narrativas das mídias tradicionais?” promoveu um debate sobre comunicação, representatividade e resistência. Participaram Karoline Tavares, redatora do The Sporting News Brasil, repórter do NBB e editora-adjunta do Negrê, e Michael Rizzi, rapper, MC do Baile de Favela 4town e poeta marginal colaborador do Negrê. A mediação foi de Xaio Mar Lopes, estagiárie de Jornalismo no Centro Cultural Bom Jardim e estudante do 6º semestre da UFC.


Durante a conversa, os convidados refletiram sobre a forma como a mídia tradicional ainda atravessa corpos negros e periféricos, defendendo a importância de fortalecer os meios independentes e repensar práticas jornalísticas excludentes.


Para Wendel Souza da Silva, estudante do 6º semestre de Jornalismo, o momento ampliou suas perspectivas. “Foi interessante ver a vivência de cada um dos convidados e como é o desafio para tratar dessas informações para um público que não é atendido. É muito interessante ver essa nova lógica que é pensada por novos meios de comunicação e mídias independentes. E por pessoas que têm esse trato”, afirmou. 


Primeiro dia da Mostra Audiovisual


O audiovisual deixa de ser apenas imagem para ser presença.” A frase marcou a abertura da Mostra Audiovisual, realizada no espaço Bergson Gurjão, na Reitoria da UFC. Mediada por Matheus Ramos, estudante de Publicidade e Propaganda e coordenador do grupo de estudos Comunicação e Margens (Comargem), junto à estudante de Jornalismo Geo Lopes, também coordenadora do grupo Comargem, a mostra destacou a potência das vozes ancestrais e a transformação da linguagem audiovisual.



Neste primeiro dia da mostra, foram exibidos dois trabalhos: “Costurando o Tempo”, de Nélida Alexandre, e “Neguinha”, de Carleane Carneiro e Vitória Fernandes.

O primeiro documentário apresenta um diálogo com mulheres pretas de Bacabal (MA), cidade da autora, discutindo pertencimento e descobertas identitárias.


Já “Neguinha” é uma performance gravada que representa a força da mulher negra por meio de uma escultura, uma boneca preta com frases pejorativas riscadas e, sobrepostas a elas, mensagens afirmativas de resistência e autoestima. Algo pessoal e íntimo realizado pelas estudantes como forma de expressão, mas, também, de desabafo. Um diálogo de descoberta, entendimento e acolhimento entre as artistas. 


Confira a programação dos próximos dias:


Quinta-feira, 13 de novembro de 2025


8h – 10h

• Forró de favela: um debate sobre identidade e memória — CS207 / ICA/Pici

• Empreendedorismo e estética negra — CS205 / ICA/Pici


10h – 12h

• Estratégias digitais: criando comunidades e fortalecendo narrativas — CS207 / ICA/Pici

• Storytelling estratégico - CS105 / ICA/Pici

• As ruas faladas por nós: oficina de slam com Pretassa — JOR 01 / Curso de Jornalismo/Benfica


14h – 16h

• No fluxo das ideias: oficina de podcast — Lab A e Estúdio de Rádio / Benfica

• Escrevendo histórias: roteirização para curtas — JOR 01 / Curso de Jornalismo/Benfica


16h – 18h


• Do documentário ao filme: produções audiovisuais no jornalismo — Auditório Luiz de Gonzaga / Benfica


• Anatomia de uma exposição: jornalismo e curadoria — Auditório MAUC / Benfica


18h – 20h


• Mostra audiovisual — Espaço Bergson Gurjão / Reitoria/Benfica


Sexta-feira, 14 de novembro de 2025


8h – 10h


• Quem fala por quem? Publicidade, representação e ancestralidade / ICA/Pici


14h – 16h


• Memórias murais: pinturaço no prédio de Jornalismo — 2º e 3º andar, Prédio de Jornalismo / Benfica


• Copa Chica — Quadra Céu / CH2/Benfica


16h – 18h


• Ilustra aí: construção de tirinhas — JOR 01 / Curso de Jornalismo/Benfica


• Entre nós, o amor: leitura do livro “Cartas para minha vó”, de Djamila Ribeiro — JOR 03 / Curso de Jornalismo/Benfica

 
 

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