A deputada federal participou de palestra seguida de sabatina realizada por estudantes do curso de Jornalismo da UFC na última quarta (3)
Por Israel Vancouver*
“As caixinhas não podem nos conter. As redes sociais não podem nos dominar. Elas têm de ser instrumento para a gente, e a gente não pode ser instrumento delas”. A declaração foi proferida na última quarta-feira, 3 de abril, pela deputada federal Luizianne Lins ao analisar o uso do WhatsApp nas eleições presidenciais de 2018 e de 2022, durante palestra sobre “Jornalismo e conjuntura, cenários e desafios”.
Voltada a estudantes do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), a fala seguida de sabatina ocorreu no auditório do curso de História, no Centro de Humanidades da UFC, no bairro Benfica, em Fortaleza.
A doutora em comunicação e professora licenciada do curso de Jornalismo da UFC foi convidada pelo professor Luís Sérgio Santos. Após a palestra, Luizianne esteve disponível para uma sabatina com o corpo discente do curso, simulando uma coletiva de imprensa.
Durante sua fala, Luizianne alertou sobre a utilização das redes sociais como ferramentas políticas e os desafios para o fazer jornalístico nas plataformas digitais. A deputada destacou que, por meio dessas mídias, movimentos fascistas obtiveram forte crescimento nos últimos anos, interferindo em processos eleitorais em todo o mundo.
Para Luizianne, o "bombardeamento de informações" em redes sociais sem que se analise criticamente esses disparos é o primeiro passo para a formação de um "conformismo coletivo", e isso seria, na avaliação dela, tudo o que uma sociedade não precisa. “Nós temos que andar para a frente, e é só vendo vocês que a gente acredita”, ressaltou.
Após finalizar suas considerações sobre o tema proposto para a palestra, o corpo discente do curso de Jornalismo pôde fazer perguntas para Luizianne. Temas como política, racismo, feminismo e capacitismo foram postos em pauta.
A parlamentar também foi indagada sobre assuntos em ascensão dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) e sobre sua articulação para se tornar candidata de seu partido à prefeitura de Fortaleza em 2024.
“A política é quando você junta a coletividade para chegar a uma conclusão e buscar os melhores fins para as coisas [...]. Talvez os partidos estejam muito parecidos com negócios, de uma maneira esquisita, mas ainda não encontramos outro caminho que não seja a política. Por isso, até hoje me sinto instigada em estar colaborando”, declarou.
Opinião de participantes
“Considero que foi um momento que me deixou satisfeito com as respostas, ao ponto de desejar que mais encontros como este aconteçam. Gostei de saber sobre sua origem e sua lucidez ao abordar o tema do racismo. Questionei-a a respeito da greve e sua postura foi íntegra, diplomática e elegante. A aula de hoje deixou marcas”, declarou Kaio Pimentel, estudante do 4° semestre de Jornalismo.
Já Moisés Bezerra, do 1° semestre, considerou que a atividade foi importante para exercer, na prática, a profissão que escolheu. “A própria experiência já ocorreu nos moldes de uma entrevista coletiva. Ficou muito aprendizado, tanto para mim como para os meus colegas, sobre a dinâmica de uma entrevista coletiva, de como se portar. Foi fundamental para a nossa formação profissional, já que é algo com que precisaremos nos habituar no mercado de trabalho”, reforçou.
A aluna Joyce Rodrigues, também do 1° semestre, reforça o pensamento de Moisés: “A experiência de receber no curso e poder trocar [pensamentos] com uma figura tão importante do cenário político cearense foi incrível, ainda mais por estar no primeiro semestre”.
Confira o momento na íntegra a seguir:
*Israel Vancouver é estudante do 4º semestre do curso de Jornalismo da UFC. *Geovana Lopes é estudante do 1º semestre do curso de Jornalismo da UFC
Edição: Robson Braga