Debate sobre desertos de notícias marca aula inaugural de Jornalismo da UFC
- Kamila Fernandes
- há 3 dias
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Com participação regional e nacional, a mesa faz parte da 3º Semana Nacional de Jornalismo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)
Texto: Xaio Mar Lopes
Fotos: João Rodrigues
Política, independência e cidadania. Essas foram as palavras-chave que guiaram a aula magna de 2025.1 do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Ceará (UFC), no auditório José Albano, no Centro de Humanidades, no bairro Benfica, em Fortaleza.
Integrando a 3º Semana Nacional de Jornalismo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a mesa teve a presença dos professores Edgard Patrício (UFC), Kamila Fernandes (UFC) e Marta Alencar (UFMA) e do jornalista Helly Ellery, presidente da Associação Cearense de Imprensa (ACI), com mediação de Salomão de Castro, representante da ABI no Ceará.
Professora e produtora do podcast de política As Cunhãs, Kamila Fernandes reforçou o compromisso com a formação dos futuros profissionais formados pelo curso de Jornalismo da UFC, que completa 60 anos em 12 de novembro de 2025.
O tema central da mesa foi Como combater os desertos de notícias, na qual se discutiu sobre a dificuldade na produção, circulação e manutenção de conteúdo informativo em regiões com pouca ou nenhuma cobertura jornalística, bem como a importância do jornalismo independente no enfrentamento desses desertos de notícias.
“É ter um compromisso com a informação, um compromisso com o público e com as pessoas que recebem essa informação. A busca por uma informação confiada, que seja de relevância pública e que tenha um efeito positivo na sociedade”, defendeu a professora Kamila.
Então, que tipo de informação alimenta, chega e informa as pessoas que vivem em determinados municípios? Em resposta a essa dúvida, Kamila apresentou o Atlas da Notícia, organizado pelo Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo (Projor), que mapeia os veículos de comunicação no Brasil, em especial os que fazem parte do jornalismo local.
Sendo realizado no dia seguinte ao Dia do Jornalista (07), Edgard Patrício, coordenador do Grupo de Pesquisa e Práxis do Jornalismo (Praxisjor), também propôs o debate sobre como estão os profissionais de comunicação destes veículos. Para isso, foi analisado o Perfil do Jornalista Brasileiro. A pesquisa, com quase 7 mil respondentes, mostra que, para além do deserto de notícias, há escassez na diversidade em ambientes laborais do jornalismo. “Como a gente tem nos ambientes laborais uma concentração muito forte da etnia branca, então a gente perde muito dessa diversidade”, explicou.
O evento teve a realização da Associação Cearense de Imprensa (ACI), que, neste ano, comemora seu centenário de fundação. A Semana Nacional de Jornalismo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) busca promover o debate sobre os principais desafios enfrentados pela comunicação brasileira, reunindo profissionais da imprensa, pesquisadores e entidades ligadas ao jornalismo.
*Xaio Mar Lopes e João Rodrigues são estudantes do curso de Jornalismo da UFC