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Seminário "Jornalismo Brasileiro: Perspectivas" discute checagem, transparência e decolonialidade

Humberto Werneck (biógrafo de Carlos Drummond, editor sênior da Revista 451), Fabiana Moraes (colunista do The Intercept, professora da UFPE), Marina Mota (produtora da TV Globo- JN/JG e do Fato ou Fake/eleições 2018 ) e Uirá Machado (Editor de Cidades da Folha de S.Paulo e coordenador do Manual de Redação da Folha) integram a programação



Amanhã (22/10), o curso de Jornalismo da UFC dá início ao Seminário Jornalismo Brasileiro: Perspectivas. Partindo de temas como transparência, checagem e decolonialidade e as aproximações entre jornalismo e literatura, o seminário pretende apresentar as perspectivas do jornalismo contemporâneo aos estudantes do curso por meio de diálogos com jornalistas de veículos da grande imprensa e pesquisadores.


As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link da bio do perfil do curso @jornalismoufc do Instagram até hoje, quinta-feira (21/10).

"O seminário é uma busca por respostas ao momento paradoxal que o jornalismo atravessa", afirma a coordenadora do Seminário, professora Isabel Andrade. Segundo ela, o Jornalismo perdeu o papel de mediador exclusivo da agenda pública e tem sua credibilidade permanentemente posta em xeque. "A produção de informação e de opinião de forma direta deu espaço para a chamada guerra das narrativas e o jornalismo tem se posicionado de diferentes maneiras diante desse fenômeno", explica a professora.


Uma das questões que surgem é como ter descrições possíveis da realidade que superem o ruído das narrativas baseadas na mera conquista de audiência. Assim, o Seminário Jornalismo Brasileiro: Perspectivas pretende discutir como os ataques à institucionalidade do Jornalismo estão proporcionando uma revisão de seus procedimentos e práticas nas redações e também na sua base epistemológica. Do aperfeiçoando dos processos de checagem da informação, que aproximam o conteúdo de uma exigente e profunda investigação dos fatos, até o uso da transparência como ferramenta que humaniza a prática jornalística, essa passagem da mediação para a desintermediação também vem abrindo caminho para o Jornalismo incorporar a subjetividade do repórter na produção das narrativas, perceber os marcadores de raça, classe, gênero e territorialidade na composição das redações, na seleção e na construção das pautas.


Ao que parece, o momento adverso fez recair sobre o Jornalismo o irremediável papel de luta por uma sociedade brasileira igualitária, tanto no acesso como na produção do conhecimento. Sem esse princípio qualquer discussão será supérflua.


O Seminário Jornalismo Brasileiro: Perspectivas ocorre nos meses de Outubro, Novembro de 2021 e Janeiro de 2022. Os alunos que comparecerem a pelo menos 03 encontros receberão certificado de participação.


Informações: 85.987255162/ isabelandrade@ufc.br


= Programação* =

Dia 22 de outubro, sexta-feira, às 14h30

aula 1- "Hierarquização, checagem e transparência na Folha de SP", com Uirá Machado, editor de Cidades, da Folha de S. Paulo e coordenador do último manual de redação da Folha.

Dia 27 de outubro, quarta-feira, às 15h

aula 2- "A construção da Pauta Jornalística na TV Globo", com Marina Mota, produtora da TV Globo (JN, Bom dia Brasil, JG ), produtora do É fato ou Fake (eleições 2018), mestre em Ciência Política pela UNB.

Dia 03 de novembro, quarta-feira, às 18h30

aula 3-"A subjetividade como proposta de decolonização do jornalismo brasileiro", com Fabiana Moraes, colunista do Intercept e professora do PPG da UFPE, ganhadora do Prêmio Esso de Jornalismo (os Sertões, 2009), Prêmio Esso de Reportagem (O Nascimento de Joice), finalista do Prêmio Jabuti 03 vezes. Professora do Núcleo de Design e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco.

Dia 18 de Janeiro, terça-feira, às 15h.

aula 4- "Jornalismo e Literatura: a dupla militância da Palavra", com Humberto Werneck. Colunista do O Estado de S. Paulo, curador do Portal da Crônica Brasileira do Instituto Moreira Salles e biógrafo de Carlos Drummond de Andrade. Trabalhou no Jornal da Tarde em SP, Revista Veja, Isto É, Jornal do Brasil e Elle. Autor dos livros "O Pai dos Burros", "O Santo sujo: a vida de Jayme Ovalle", "Tantas Palavras" e "O desatino da rapaziada".

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